DOMÉSTICAS CARREGAM VESTÍGIOS DA ESCRAVIDÃO
“O desconhecimento de direitos elementares às empregadas domésticas, como privacidade, respeito, a falta de atenção para ver nelas uma pessoa igual aos patrões, creio que sobreviverá até mesmo à nova lei. É histórico no Brasil, atravessa gerações e atinge até mesmo os mais jovens e pessoas que se declaram à esquerda. É como se estivesse no sangue, como se fosse genético, de um caráter irreprimível. Até antes delas vão a democracia e a igualdade. A partir delas é outra história”, argumenta artigo publicado pelo site Pagmatismo Político.
“A escravidão permanecerá por muito tempo como a característica nacional do Brasil”. A citação de Joaquim Nabuco foi utilizada em artigo publicado no site Pragmatismo Político para falar sobre a situação da empregada doméstica no país. “Não quero falar aqui sobre as conquistas legais para as empregadas domésticas, da nova lei sobre a qual os jornais tanto falaram como um aviso: ‘patroas, cuidado, domésticas agora têm direitos’”, diz o autor do texto. “O desconhecimento de direitos elementares às empregadas domésticas, como privacidade, respeito, a falta de atenção para ver nelas uma pessoa igual aos patrões, creio que sobreviverá até mesmo à nova lei. É histórico no Brasil, atravessa gerações e atinge até mesmo os mais jovens e pessoas que se declaram à esquerda. É como se estivesse no sangue, como se fosse genético, de um caráter irreprimível. Até antes delas vão a democracia e a igualdade. A partir delas é outra história”. Após narrar situações avaliadas como discriminatórias, o artigo diz que é comum se ouvir que as domésticas são pessoas da família. “É o que se pode chamar de uma opressão disfarçada em laços afetivos. A ex-escrava é considerada como um bem amoroso, íntimo, mas que por ser da casa come na cozinha e se deita entre as galinhas do quintal. O que, afinal, é mais limpo que se deitar com os porcos no chiqueiro”.